sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

HAITI

Genebra, 29 jan (EFE).- Os hospitais no Haiti estão com falta de produtos essenciais, inclusive morfina e analgésicos, para as dezenas de pessoas que diariamente precisam fazer amputações, assim como para os feridos por causa do recente terremoto, disse à Agência Efe uma porta-voz da ONU.
A porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU, Elizabeth Byrs, revelou que as 18 instalações hospitalares que funcionam em Porto Príncipe realizam entre 40 e 50 amputações diárias, sem que os pacientes recebam nenhum remédio para aliviar a dor após o efeito da anestesia.
Além disso, indicou que não há problemas de segurança graves em Porto Príncipe, mas incidentes menores isolados, sobretudo quando uma grande multidão se amontoa ao redor de um ponto de distribuição de alimentos.
Uma das tarefas principais das forças da ONU, dos Estados Unidos e da Polícia haitiana é justamente a proteção dos comboios durante seu percurso e durante a distribuição da ajuda.
No entanto, reconheceu que um dos maiores temores das agências humanitárias é a "reconstituição dos grupos criminosos" que ficaram desarticuladas em consequência do terremoto.
Diversos indícios indicam que esses grupos "realizam uma nova divisão do poder", do qual participam parte dos criminosos que sobreviveram e escaparam das prisões que desabaram no Haiti.
Enquanto isso, mais de duas semanas após o terremoto, apenas 67% da população atingida e que perdeu tudo no desastre recebe comida das organizações de ajuda.
A ONU distribuiu ontem 458 mil refeições e outras 70 mil foram oferecidas por outras entidades, frente a mais de 1 milhão de pessoas que estão nas ruas.
Enquanto isso, há outro problema de grandes proporções: a necessidade imediata de abrigar as vítimas em acampamentos que muito provavelmente não suportarão a temporada de chuvas e furacões que se aproxima.
"Temos que agir rápido e, atualmente, os responsáveis da ONU avaliam qual é a melhor solução, porque sabemos que não se pode instalar as pessoas em abrigos temporários", disse Byrs à Efe.
Sobre isso, o porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM), Jean-Philippe Chauzy, disse que, diante da urgência, planeja-se instalar acampamentos de até 10 mil ou 15 mil pessoas, com a ideia de levá-las depois a alojamentos mais sólidos.
"É preciso utilizar casas pré-fabricadas que suportem pelo menos um furacão", disse Byrs.
Outras opções estudadas são avaliar o estado dos edifícios que ficaram de pé para ver se as pessoas podem se instalar neles e apoiar a famílias cujas casas não se desabaram a receber mais uma família.
O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti ocorreu às 19h53 de Brasília do dia 12 de janeiro e teve epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe.
Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, sendo 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti.

ECONOMIA

Mantega descarta risco de inflação no país




O ministro da Fazenda Guido Mantega descartou nesta sexta-feira em Davos, na Suíça, que existam pressões inflacionárias no Brasil, como ocorre na China, e assegurou que o país está em processo de crescimento sustentável com controle fiscal e monetário.
"O Brasil está tendo um processo de crescimento sustentável, porque são mantidos os fundamentos, cuidamos muito da questão monetária e da questão fiscal", afirmou Mantega em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial.
"Não temos maiores preocupações" a respeito da inflação, disse o ministro, lembrando que a alta do índice de preços ao consumidor foi de 4,31% em 2009, e que a projeção para 2010 é de 4,5%.
A questão da inflação está se tornando um problema para outros grandes países emergentes, particularmente a China.
A economia chinesa vem crescendo a ritmo fenomenal (10,9% do PIB no quarto trimestre de 2009), mas o aumento dos preços imobiliários e dos títulos financeiros despertou temores inflacionários que já forçaram o governo a cortar o crédito bancário para frear o consumo excessivo.
No caso do Brasil, estima-se que a economia tenha registrado crescimento nulo em 2009, e que poderá crescer entre 5 e 6% este ano.
"Nós temos um crescimento equilibrado entre demanda e investimentos. Por isso chegamos à conclusão de que o crescimento é sustentável e que terá continuidade nos próximos anos", indicou Mantega, que participou nesta sexta-feira junto com outros membros da delegação brasileira de um almoço organizado para discutir perspectivas econômicas do Brasil.

ENEM 2009

Metade dos alunos não atingiu média no Enem


Quase metade dos 2,6 milhões de alunos que prestaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2009 teve notas inferiores aos 500 pontos estabelecidos como média pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável pela prova, em todas as quatro áreas avaliadas. Em matemática, a prova considerada mais difícil, 57,7% dos candidatos ficaram abaixo da média.
A escala apresentada ontem pelo Inep atribuiu ao resultado obtido pelos estudantes que ficaram no meio, nem tão ruins nem tão bons, a nota 500 - no caso, foram usados apenas daqueles que concluíram o ensino médio em 2009. Quanto mais além de 500 melhor a situação do aluno. Acima de 800 pontos, informou o presidente do Inep, José Soares Neto, apenas uma minoria. Da mesma forma, quanto mais baixo pior.
A análise de quantos alunos ficaram em cada uma das faixas de pontos mostra que boa parte não conseguiu nem mesmo alcançar essa média. Na prova de linguagens, que inclui português, 47% dos estudantes ficaram com menos de 500 pontos e 1,3% ficou abaixo de 300, o que significa que praticamente zeraram o exame, cuja nota mais baixa foi 224,3 pontos, a menor entre as quatro avaliadas. Em ciências humanas, nenhum aluno teve resultados inferiores a 300 pontos, mas apenas 0,1% conseguiu passar dos 700.
A metade ficou abaixo dos 500 pontos. Em ciências da natureza, 48,7% não alcançaram a média e apenas 0,2% passou dos 700 pontos. Nessa área, no entanto, 0,8% dos candidatos não alcançaram os 300 pontos. A nota mais baixa foi 263,3. Matemática teve a nota mais alta entre as áreas, 985,1 pontos. No entanto, esse resultado foi obtido por apenas um estudante. Só 0,3 % passou dos 800 pontos. No ano passado, 2,6 milhões de jovens fizeram a prova. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CANDIDATA A PRESIDÊNCIA DO PV FALA SOBRE NOVA FERRAMENTA DE PROPAGANDA ELEITORAL

A senadora Marina Silva (PT-AC), pré-candidata à Presidência da República, ressaltou nesta sexta-feira a importância do uso da internet na campanha eleitoral. Durante visita a Campus Party Brasil, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, Marina disse que a web é uma ferramenta para quem tem coerência política.

"A internet pode ser uma ferramenta importante na eleição para aqueles que têm mensagem e coerência política. A tendência é as pessoas, voluntariamente, se ligarem a projetos que não sejam de poder pelo poder", afirmou a senadora, ao ressaltar que os políticos não sabem usar a internet.
Marina chegou à feira por volta das 15h para assistir a uma aula de inclusão digital para cerca de 70 crianças carentes. Durante cerca de 20 minutos, a senadora aprendeu a usar o aplicativo Google Maps. Após a aula, recebeu um diploma pela participação.
Além de Marina, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência, também participa da Campus Party. Não está previsto que Dilma e Marina se encontrem na feira.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ENEM: Novas Normas



Novo sistema de seleção do Enem entra em funcionamento na 6ª

Candidatos chegam para realizar último dia de provas do Enem em Curitiba
 A partir de sexta-feira, os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão disputar uma das 47,9 mil vagas de 49 universidades e institutos federais que adotaram a prova como fase única

ESTAMOS SÓ???

Um estranho objeto com formato semelhante ao de uma água-viva foi fotografado na semana passada sobre o céu da cidade de Andenesm, na Noruega. Especialistas informaram que o objeto pode ser o resultado de uma aurora boral refletida em um satélite espacial. As informações são do jornal britânico Daily Mail.


Os cientistas ainda estão tentando identificar o fenômeno, mas acreditam que seja o primeiro caso conhecido de reflexão das Luzes do Norte em um satélite. A imagem foi captada pelo fotógrafo amador Per-Arne Milkalsen que, há 25 anos, observa os céus da região.
As auroras boreais são causadas pela interação do vento solar com o campo magnético da Terra e, por isso, prevalecem nos pólos magnéticos do planeta, onde as forças são maiores.

LULA DESCANSA EM SÃO BERNARDO

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que transporta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou por volta das 11h ao aerporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Por volta das 12h, o presidente chegou a seu apartamento em São Bernardo do Campo para descansar. Lula cancelou a viagem para Davos, na Suíça, onde receberia o prêmio de Estadista Global, após sofrer uma crise hipertensiva no Recife. Ele dispensou o uso de um helicóptero e seguiu de carro para São Bernardo do Campo, onde ficará em repouso.


Lula passou a noite descansando no hospital após receber tratamento para estabilizar a pressão, que estava em 18 por 12 quando os médicos diagnosticaram a crise. De acordo com o Palácio do Planalto, o presidente passou o dia indisposto e cansado na capital pernambucana. As avaliações preliminares da equipe do médico Cléber Ferreira, que acompanha o presidente, já haviam registrado uma alteração de pressão.
Lula deve passar por uma bateria de exames no fim de semana, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Entenda o caso

Lula descansou toda a noite no Hospital Português, no Recife, após receber tratamento para estabilizar a pressão, que estava em 18 por 12 quando os médicos diagnosticaram a crise. O presidente passou mal durante um jantar noite desta quarta e recebeu o diagnóstico dentro do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) quando se preparava para embarcar rumo a Zurique, na Suíça.
De acordo com o Palácio do Planalto, Lula passou o dia indisposto e cansado na capital pernambucana. No hospital, o presidente se submeteu a exames de eletrocardiograma, raio X do tórax, tomografia do tórax, ecocardiograma e exames de sangue.
O presidente partiu de avião para São Paulo e seguiu de carro para São Bernardo do Campo, onde ficará em repouso.

PERSEGUIÇÃO AO MST

Em painel do FSM, sociólogo exige fim de "perseguição" ao MST no Estado


Boaventura de Souza Santos defende que criminalização dos movimentos sociais torna ar irrespirável para o Fórum

Diante de 50 promotores e procuradores do país, que participam hoje de um encontro sobre direitos humanos, durante a programação do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos fez uma crítica veemente à atuação do Ministério Público.
Mesmo sem ser painelista, ele pediu a palavra para contestar a tendência de criminalização dos movimentos sociais. E aproveitou para reivindicar o arquivamento de todas as ações civis públicas de criminalização ao MST.
- Vejo com muita inquietação esse cenário de criminalização dos movimentos sociais. O que se passa no Rio Grande do Sul é grave -, afirmou.
Segundo o intelectual, que também tem formação jurídica, a prática de proibição das marchas sociais e o fechamento das escolas itinerantes cria um estado de exceção, com perda de direitos fundamentais.
- Então venho aqui pedir respeitosamente ao MP que arquive todas as ações. Se isso continuar (a criminalização dos movimentos sociais), o ar do Rio Grande do Sul torna-se irrespirável para o Fórum Social Mundial - disse, sob aplausos calorosos do público, formado por representantes de diferentes organizações sociais.
Nesta manhã, Boaventura era painelista de uma mesa sobre hegemonia política na Assembleia Legislativa, e se deslocou até o Ministério Público, localizado a poucos metros dali, na praça Marechal Deodoro da Fonseca, especialmente para falar aos promotores.
O tom de crítica à Justiça também esteve presente em outras manifestações, como a do procurador-geral do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto.
- Quando é que a Justiça vai deixar de ser um espaço para manutenção de privilégios? Dizem que há leis que pegam e leis que não pegam, como se a lei fosse um resfriado, que algumas pessoas fossem imunes. Isso é um misto de hipocrisia com tragégia. Parece que só pegam as leis que interessam aos grupos hegemônicos - disse.
Como exemplo de leis que "não pegam", Olympio citou as leis ambientais, de proteção ao consumidor, às crianças e aos idosos.

Em sua apresentação, o consultor em segurança pública, ex-deputado e jornalista Marcos Rolim defendeu o Plano Nacional de Direitos Humanos. Rolim desafiou alguém a mostrar onde está escrito que o plano prevê a revisão da lei da anistia, como acusam críticos do projeto, e contestou a visão de que o plano pretenderia cercear a liberdade de imprensa.
- Os donos de rádios e TVs criaram a ideia de que liberdade de expressão é fazer qualquer coisa sem serem responsabilizados.
Segundo Rolim, como são concessões públicas, rádios e TVs deveriam ter por finalidade educar a população. Sendo assim, programas que fazem apologia à pena de morte ou o racismo, por exemplo, seram ilegais, por esarem em contrariedade com a legislação.
No encontro, representantes da organização feminista Themis defenderam o direito ao aborto legal, entre outros temas. Vanda Gomes Pinedo, coordenadora-geral do Movimento Negro Unificado, salientou que as comunidades quilombolas estão desassistidas. Um dos focos de tensão, segundo ela, é o preconceito contra as religiões de matriz africana.
- Não precisamos nos basear no Haiti. Nós também estamos em uma situação de emergência. E o Brasil precisa de uma ação política diante disso.
O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público, Francesco Conti, disse que todas as manifestações ouvidas pelos promotores e procuradores durante a manhã, inclusive o pedido de Boaventura Sousa Santos, serão debatidos nesta tarde. Ao final, deve ser emitido um documento com as conclusões.
Seria impossível revogar todas as ações civis públicas porque os promotores têm autonomia de trabalho. Mas uma das possibilidades poderia ser um documento com orientações ou moção de apoio. Na minha opinião pessoal o pedido de Boaventura não é absurdo, mas isso terá que ser debatido - disse Conti.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

MARCHA DE APOIO A ZELAYA

Centenas de simpatizantes de Manuel Zelaya se concentram desde o início da manhã de forma pacífica e sem incidentes, para marchar rumo ao aeroporto de Tegucigalpa, onde devem se despedir do presidente deposto em junho do ano passado.


Os membros da Frente Nacional de Resistência contra o golpe de Estado se reúnem na Universidade Pedagógica, ponto de partida da maior parte das manifestações que aconteceram nos últimos sete meses, com pouca presença da Polícia e em um clima festivo no qual podem ser vistas bandeiras de apoio a Zelaya e contrárias ao governo golpista.
A Frente deve marchar até o aeroporto internacional Toncontín para se despedir de Zelaya, que hoje viaja à República Dominicana após quatro meses na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde se refugiou após retornar clandestinamente ao país, em 21 de setembro do ano passado.
Os simpatizantes de Zelaya devem realizar vários atos simbólicos no aeroporto, entre eles a entrega da faixa presidencial do líder derrubado ao líder da Frente, Juan Barahona, representando o povo hondurenho.
Conforme foi anunciado, Zelaya chegará ao local acompanhado pelos presidentes da República Dominicana, Leonel Fernández, e da Guatemala, Álvaro Colom, e inclusive de Porfirio Lobo, depois que este assumir hoje como presidente de Honduras.

PETROBRAS

Lula atendeu a apelos ao liberar obras irregulares da Petrobras, diz ministro



O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou nesta quarta-feira que a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de liberar obras da Petrobras consideradas irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas da União) foi tomada após apelo de empresários, governadores e parlamentares do governo e da oposição, que integram a Comissão de Orçamento do Congresso.
Lula sancionou o Orçamento de 2010, publicado nesta quarta-feira pelo "Diário Oficial" da União, com dois vetos. O que retira as obras da Petrobras de uma lista de irregularidades, como as das refinarias Abreu e Lima (PE) e Presidente Getúlio Vargas (PR), do terminal de escoamento de Barra do Riacho (ES) e do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro); e o que trata de autorizações para criação de cargos e funções comissionadas.
Segundo Padilha, a decisão não acirra os ânimos com o TCU, já que foi tomada por Lula a pedido de vários setores.
"O Comitê de Obras da Câmara, que integra a Comissão de Orçamento, apresentou uma proposta ao presidente [da Casa] Michel Temer indicando que retiraria as obras. O presidente atendeu a esse apelo, uma vez que são obras da Petrobras."
O ministro disse ainda que o comitê é coordenado pelo deputado Carlos Melles (DEM-MG), que é da oposição. Como o TCU é um órgão que assessora o Congresso, Padilha disse que não vê desconforto, já que o próprio Legislativo sugeriu a mudança.
O governo alegou que a "inclusão dessas obras no Anexo 6º do Projeto de Lei Orçamentária de 2010 implica a paralisação delas, com prejuízo imediato de aproximadamente vinte e cinco mil empregos e custos mensais da ordem de R$ 268 milhões, além de outros decorrentes da desmobilização e da degradação de trabalhos já realizados. Tais fatos foram salientados, inclusive, por governadores de Estados nos quais se encontram alguns dos empreendimentos afetados",
O texto diz ainda que parte dos contratos incluídos no Anexo já apresentam "90% de execução física e sua interrupção gera atraso no início da operação das unidades em construção, com perda de receita mensal estimada em R$ 577 milhões, e dificuldade no atendimento dos compromissos de abastecimento do país com óleo diesel de baixo teor de enxofre".
Além da sanção do Orçamento, foi editado um decreto de programação temporária para os meses de fevereiro e março, na base de dois dozeavos da lei orçamentária, a valer até a avaliação bimestral de receitas e despesas e a edição do decreto definitivo, prevista para março.
O Ministério do Planejamento informa que as despesas obrigatórias como pessoal, pagamento da dívida e outras despesas de saúde, educação e obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não estão limitadas aos dois dozeavos.
O governo sancionou a estimativa de uma receita da União para 2010 de R$ 1,860 trilhão, fixando despesas em igual valor

LIDER DO GOVERNO DEIXA O CARGO

Fontana deixa a liderança do governo





O deputado federal Henrique Fontana (PT) não é mais o líder do governo na Câmara dos Deputados. O anúncio oficial foi feito agora há pouco pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O novo líder governista será o deputado Cândido Vaccarezza (SP), atual líder do PT na Casa.
Fontana, que já balançava no cargo, deixa a liderança para assumir a coordenação da campanha do ministro da Justiça Tarso Genro ao Palácio Piratini.

CPI NA CAPITAL

Sindicalistas pedem instalação de CPI para investigar fraude na saúde na Capital


Secretário e procurador disseram que foi a prefeitura quem detectou as irregularidades
Enquanto sindicalistas pedem instalação de CPI na Camâra de Vereadores, a prefeitura de Porto Alegre tenta esclarecer supostas irregularidades envolvendo o Instituto Sollus no Programa Saúde da Família (PSF).
O secretário municipal de Gestão, Clóvis Magalhães, e o Procurador Geral do Município, João Batista Figueira, falaram nesta manhã no plenário. Disseram que foi a prefeitura quem detectou as irregularidades.
Mais de 20 entidades sindicais entregaram pedido de CPI na manhã de hoje. Para ser instalada, são necessárias assinaturas de pelo menos 12 vereadores

LULA VEM AO ESTADO DE NOVO

Presidente volta ao RS na semana que vem



A nova visita deve ser realizada pouco mais de uma semana depois da participação do presidente Lula no Fórum Social Mundial. A viagem está marcada para o dia cinco de fevereiro, na sexta-feira da semana que vem. O compromisso principal será a inauguração da fábrica de chips da Ceitec, empresa pública que vai produzir até 100 milhões de chips por ano.

O presidente também inaugura uma estação de tratamento de esgoto em São Leopoldo e entrega 600 chaves de casas populares na cidade. As obras têm orçamento do PAC e a cerimônia deve contar com a participação da ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.

Esta será a 27ª visita do presidente ao Rio Grande do Sul desde o início do primeiro mandato.

ENCHENTE NO PERU


Os peruanos, sozinhos, não vão conseguir tirar esse pessoal daqui", diz gaúcho isolado


Segundo José Paulo Vasconcellos Ferreira, até suborno foi usado por turistas para deixar Águas Calientes

Sem energia elétrica, conexão à internet e com pouca carga na bateria de seu celular, o médico gaúcho José Paulo Vasconcellos Ferreira, 46 anos, tenta entender a demora para o auxílio brasileiro aos turistas do país que estão ilhados na região de Machu Picchu, no Peru.
Ele é uma das cerca de 2 mil pessoas que foram surpreendidas pela enchente em Águas Calientes, a cerca de 8km do sítio arqueológico, provocadas fortes chuvas que assolam o Peru.

Você conhece algum gaúcho ou catarinense ilhado em Machu Picchu?

— O governo do Peru tem só dois helicópteros. Outros dois que estão trabalhando aqui são locados. Ontem evacuaram 470, mas ainda tem 3 mil pessoas aqui — resume o pediatra.
— Informação oficial não se tem. O que se sabe é que tem helicópteros do Brasil querendo descer aqui e o Peru não deixa. Tem muita fofoca, né? Mas os peruanos, sozinhos, não vão conseguir tirar esse pessoal daqui — completa Ferreira.
O gaúcho diz estar "tranquilo" no Peru. Conseguiu alugar um quarto em um hotel de Águas Calientes. Tem comida, chuveiro, cama e conforto. Porém, alerta para a situação precária que os compatriotas estão vivendo. Alguns dormem em uma igreja, outros em vagões de trem. Alguns se ajeitam "embaixo de telhadinhos".
— Os jovens encaram numa boa, são aventureiros. Mas temos pessoas idosas aqui que estão sofrendo muito — conta Ferreira.
De acordo com Ferreira, hoje foi feito uma lista com os turistas que terão prioridade no processo de resgate. Ontem, um grupo de americanos pagou US$ 500 aos pilotos do helicóptero para saírem escondidos do país. O plano foi descoberto pela prefeitura de Águas Calientes.
— O prefeito descobriu o esquema, veio aqui pessoalmente para falar conosco. Agora eles estão fazendo uma lista de evacuação por idade e por doença. A gente sabe que existe a chance de sair, mas não sabe quando — conclui o médico.



Ministro da Justiça conversará com Nelson Jobim sobre situação dos brasileiros

O deputado estadual Adão Villaverde (PT) afirmou na tarde de hoje que telefonou para o Ministro da Justiça, Tarso Genro, para saber qual o procedimento que o Brasil utilizará para resgatar, o quanto antes, os turistas do país no Peru. Tarso declarou que entrará em contato com Ministro da Defesa, Nelson Jobim, para se inteirar da situação.
Na terça-feira, o governo peruano informou que 475 turistas foram retirados de Machu Picchu. Hoje, outros 800 seriam resgatados com o auxílio de helicópteros, detalhou o ministro do Comércio Exterior e Turismo, Martín Pérez.
De acordo com Hélio Franchini, primeiro-secretário na embaixada do Brasil em Lima, quatro helicópteros da Força Aérea Brasileira estão em Porto Velho, em Rondônia, aguardando possíveis instruções do país para decolarem e participarem do resgate das pessoas que estão no local das enchentes. O foco seria os brasileiros.
-Nossa função no momento é verificar o que pode ser feito para ajudar. Helicópteros brasileiros ajudarão quando houver necessidade — explica Franchini.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

LULA FALA PARA OS GAUCHOS


Davos já não tem mais o mesmo glamour de 2003, diz Lula no FSM


Presidente criticou os países desenvolvidos por não terem evitado a crise econômica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empolgou o público que esteve no Gigatinho na noite desta terça-feira, quando criticou o Fórum Econômico de Davos no balanço dos 10 anos do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Na avaliação do governante, a grave crise ecômica mundial que ocorreu no último ano tirou o glamour do encontro na Suíça:

— Estou aqui e daqui vou pra Davos outra vez, igual a 2003. (…) Tenho consciência de que Davos já não tem mais o glamour que tinha em 2003.

Em seguida, foi interrompido pelos gritos da multidão: "Lula, guerreiro do povo brasileiro".
O presidente criticou os países desenvolvidos. Segundo o presidente, se eles tivessem feito suas “lições de casa”, a crise econômica não teria acontecido:

— Eu vou a Davos com outra missão: eu quero mostrar que se o mundo desenvolvido tivesse feito a lição de casa em economia, a gente não teria tido a crise econômica que tivemos no ano passado. A irresponsabilidade com que o sistema financeiro era manuseado no mundo inteiro, sem nenhum controle, era imensa. Quando era um país latino que devia cinco milhões ao FMI, nos cansávamos de gente dar palpite sobre o que deviamos fazer. Eles esqueceram de olhar pro nariz deles e ficaram olhando pro nosso. Davos não discutia crise, porque eles não sabiam que iam ter crise. E quando eu disse que era uma marolinha, nós fomos criticados e detonados e o resultado esta aí.

Lula defendeu a Rodada de Doha e o Protocolo de Kyoto e criticou a posição dos países desenvolvidos na COP15:

— Não conseguimos concluir o acordo da Rodada de Doha por causa de uma divergência entre Índia e EUA. Enquanto não for feito o acordo, os países mais pobres estarão subordinados a subsídios dos países ricos. Nós fomos para Copenhague com a decisão mais séria e mais consistente, levamos uma proposta de até 2012 diminuir gases do efeito estufa entre 36% e 39% e diminuir o a poluição da amazônia até 80% até 2020. Isso pegou os países ricos de surpresa. O que estava em discussão: os EUA não é assinante do Protocolo de Kyoto, não tem compromisso de diminuição de metas.



Forte esquema de segurança no deslocamento de Lula

O avião que trazia o presidente e cinco ministros — entre eles a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e o ministro da Justiça Tarso Genro — pousou no Aeroporto Salgado Filho às 19h27min. Lula desembarcou da aeronave às 19h40min. Em seguida, a comitiva seguiu, sob forte esquema de segurança, até o Ginásio Gigantinho.
Por volta das 20h40min, o presidente subiu ao palco e cumprimentou autoridades. Ao fundo, a ovação dos presentes: "Olê, olê, olá, Lula". Lula sentou-se para ouvir a manifestação do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique da Silva Santos, e da líder de esquerda uruguaia, Lilian Celiberti. Às 21h09min Lula iniciou seu discurso.

FILAS PARA AGUARDAR PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE

Mais de 2 mil pessoas já estão dentro do Gigantinho aguardando a chegada do presidente Lula, segundo a Brigada Militar.
A fila no entorno do ginásio também é grande.
Apenas 10 mil pessoas poderão entrar no ginásio para assistir à conferência.

Lula embarcou para a Capital às 19:40, e deve chegar por volta de 20:30 a Porto Alegre.

LULA: Presidente fala no FSM em Porto Alegre



Esquema de segurança altera rota de Lula para o Gigantinho

A comitiva presidencial se desloca até o Gigantinho, mas a rota prevista foi alterada, por questões de segurança.
A expectativa era de que Lula transitasse pela Br 116, Free Way, Avenida Castelo Branco, Mauá, Avenida Beira-Rio, rua Aureliano de Figueiredo Pinto até a Padre Cacique. No entanto, a comitiva se deslocou pela Terceira Perimetral.

Políticos aguardam Lula no Gigantinho


A deputada federal pelo PC do B Manuela d’Ávila está no Gigantinho assistindo às apresentações culturais que antecedem a conferência do presidente Lula. Ao lado dela, a diretora do Grupo Hospitalar Conceição, Jussara Cony.

GAUCHOS NO HAITI

"Vamos levar todo o nosso afeto e apoio ao Haiti", diz médica da missão gaúcha



Equipe de dez profissionais do Grupo Hospitalar Conceição embarcou hoje na Capital


Embarcou na manhã de hoje para o Haiti o grupo de quatro médicos e seis enfermeiros do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), na Capital, que vai realizar trabalho voluntário e ajudar vítimas do terremoto que devastou o país. A solidariedade e a motivação contagiam a equipe que vai atuar por pelo menos 30 dias em um hospital-navio ancorado próximo a Porto Príncipe.
Selecionados entre mais de 400 profissionais do GHC que manifestaram interesse na viagem, eles têm conhecimentos nas áreas de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e emergência. Uma das mais experientes do grupo é a médica anestesista Maria da Graça Falkembach. Ela completará 60 anos no próximo dia 22 e, provavelmente, vai comemorar a data no Haiti.
— É um grande presente participar dessa missão. O grupo está realmente muito motivado. Vamos levar todo o nosso afeto e apoio ao Haiti. Chegaremos em um momento em que a demanda do ponto de vista médico é enorme. Do ponto de vista humano, quem está ganhando mais somos nós — diz a médica, que já participou como voluntária de uma missão no Timor-Leste há oito anos.
— Na época, o país estava em reconstrução. Agora, a situação no Haiti é ainda mais grave. Uma grande tragédia. Mas recebi todo apoio da minha família nessa decisão — afirma Maria da Graça, que integra a equipe de médicos com diferentes especialidades: anestesia, cardiologia, ginecologia e obstetrícia, e traumatologia.

"Faremos o melhor possível"

No grupo de enfermeiros, Gabriel Messerschmidt, 28 anos, conta que foi um dos primeiros a se candidatar a uma vaga. Segundo ele, a expectativa é enorme.
— Eu refletia há tempo sobre fazer algo do tipo e não desperdicei a oportunidade. Acompanhei pela imprensa e amigos que já estão lá disseram que a situação está bastante difícil. Não sabemos o que vamos encontrar, mas faremos o melhor possível — garante.
Na hora de apontar os motivos que o levaram a participar da missão, o enfermeiro do bloco cirúrgico destaca que "a experiência e a solidariedade" falaram mais alto.
"Estamos preparados para tudo"
A mais nova da equipe, a enfermeira Sue Helen Barreto Marques, 25 anos, destaca a importância do aprendizado para a formação profissional.
— Será uma possibilidade muito importante de fazer algo diferente e auxiliar essas pessoas que já passaram por muitas lutas e estão precisando mesmo. A gente lida com muita tragédia aqui e levar um pouco do que aprendemos para fora será muito bom. Estamos preparados para tudo — diz ela, que carrega na bagagem fotos do namorado:
— Trabalhar bastante vai ajudar a enfrentar a saudade e o tempo passará mais rápido.



A equipe

Médicos

Lucia Helena de Albuquerque e Souza (gineco-obstetra)
Luiz Mário Bretanha de Moraes (cardiologista/internista)
Márcio Carlos Seelig (traumatologista)
Maria da Graça Falkembach (anestesista)

Enfermeiros

Cleber Verona
Eloisa Nonnenmacher
Fátima Ali
Gabriel Messerschimidt
Thiago Cunha dos Santos
Sue Helen Barreto Marques

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

DEPUTADO MARCON DEBATE COM JUVENTUDE NO FSM

O parlamentar foi painelista no tema: criminalização dos movimentos sociais no RS. Na ocasião, Marcon reafirmou a posição do governo Yeda de priorizar os ricos e poderosos nas suas ações de governo, além de perseguir e criminalizar os movimentos sociais desde o início de seu governo. Segundo ele, o ápice dessa perseguição deu-se no ano passado, com o assassinato do agricultor sem terra Elton Brum da Silva, morto pela Brigada Militar, com um tiro pelas costas numa desocupação de terra, no município de São Gabriel.


O presidente da CCDH também relembrou aos jovens a importância da criação do Fórum Social Mundial em 2001, que teve o papel fundamental de discutir alternativas ao modelo neoliberal vigente à época. Segundo Marcon, esse mesmo modelo, gerador de miséria e fome, também foi um dos grandes responsáveis pela mudança climática no mundo. “Hoje a sociedade se dá conta que a monocultura de exportação, o uso indiscriminado de agrotóxicos, a destruição das florestas para saciar a ganância do latifúndio e o uso de grandes extensões de terras produtivas para a plantação de lavouras de eucaliptos, em detrimento da produção de alimentos, apenas trás destruição e morte, com conseqüências devastadoras para a humanidade.
Segundo Marcon, as teses defendidas no Fórum em 2001 provaram estar corretas sobre o neoliberalismo, no entanto, passados 10 anos, a derrocada do modelo, culminando com uma crise econômica mundial, se faz necessário discutir um novo modelo de desenvolvimento global. Esse modelo, segundo Marcon deve garantir a preservação do meio ambiente, priorizando a geração de emprego e renda para os trabalhadores do campo e da cidade e buscando garantir o desenvolvimento sustentável.

GAROTA VERÃO DE VIAMÃO É ESCOLHIDA EM ITAPUÃ

Foi neste domingo 24 de janeiro às 17 hs que Viamão conheceu a sua representante do Garota Verão 2010.

PRISCILA SHINEIDER  da Vila Santa Isabel de Viamão a grande vencedora do Concurso, que reuniu 23 garotas de 14 a 18 anos, representando os mais diversos Bairros de Viamão. Durante duas horas as pessoas tiveram a oportunidade de ver belas garotas, e os jurados tiveram dificuldade de chegar ao veredito para escolher a Garota Verão Viamão. A melhor torcida, foi tambem da representante da Santa Isabel, que sagrou-se a escolhida dos jurados. Parabens a Priscila, e que tenha todo o sucesso que merece no próximo passo que será em Triunfo.

NUNCA NO PAIS SE DISCUTIU COMUNICAÇÃO COMO AGORA

Nunca antes neste país, cerca de 30 mil pessoas discutiram, ao longo de três
meses, o tema Comunicações ou Mídia. Nunca antes neste país, cerca de
mil pessoas ligadas a movimentos sociais, entidades sindicais e,
inclusive, associações empresariais debateram, junto com o governo,
políticas públicas para as Comunicações. Tema até hoje restrito aos
grupos empresariais interessados, aos profissionais do ramo ou a
círculos acadêmicos especializados, os problemas, as grandes questões,
os rumos das Comunicações brasileiras começam a ser apropriados,
compreendidos e questionados por amplos segmentos da nossa sociedade.
Se não houvesse nenhum outro saldo, somente este, a democratização do
debate, já traduziria o grande resultado positivo da Iª Conferência
Nacional de Comunicação (Iª Confecom), cuja etapa final foi realizada
em Brasília entre os dias 14 a 17 de dezembro passado.

Apesar de boicotada pela Rede Globo, à frente da Abert, e pelo
cartel dos grandes jornais, nucleados na ANJ, a Iª Confecom foi um
sucesso. Enfrentou não poucos problemas ao longo da sua construção,
esteve a pique de naufragar em alguns momentos mais acirrados, nas suas
Plenárias finais, mas ao cabo resultou numa estrondosa, até
emocionante, vitória do governo, das entidades da sociedade e de
milhares de pessoas que se empenharam na sua realização. A Confecom foi
um sucesso não somente pela mobilização que promoveu, mas também por
ter demonstrado a empresários e não-empresários ser possível sustentar
posições divergentes sem mútuas agressões e ser possível construir
posições convergentes com mútuas concessões. Com certeza, para a
Associação Brasileira de Radiodifusão (Abra) e para a Telebrasil,
entidades empresariais que não acompanharam o radicalismo da
Globo/Abert e da Folha/ANJ, a Confecom resultou num positivo
aprendizado democrático.
Ao contrário de tantas outras conferências convocadas e organizadas
pelo Governo Lula, esta se caracterizava pela necessidade de se
assegurar a presença do empresariado no debate. Para esvaziá-la, a
Abert, a ANJ e seus satélites caíram fora. Mas as contradições no campo
empresarial falaram mais alto, o governo soube negociar com elas, daí
que a Abra e a Telebrasil, depois de obterem salvaguardas que julgavam
necessárias, aceitaram seguir participando do processo e, assim,
qualificaram-se e se legitimaram para ocupar posições cada vez mais
politicamente influentes nos debates que se seguirão.
Essas salvaguardas foram muito criticadas pelas representações e
porta-vozes do campo popular, inclusive pelo autor dessas linhas. No
entanto, ao contrário do que podiam esperar até quem as acatou temendo
que, sem elas, a Confecom não se realizasse, as salvaguardas acabaram
ajudando a filtrar as questões realmente relevantes para o debate, e
não impediram que centenas de outras propostas fossem aprovadas por
consenso ou votação amplamente majoritária, apoiadas inclusive pela
representação empresarial.
Das quase 1.400 teses levadas a Brasília, metade delas foi
liminarmente rejeitada ainda nos grupos de trabalho. Para tanto,
bastava não somarem mais de 30% de votos favoráveis em seus grupos.
Parece que o bom senso prevaleceu nos GTs... Aquelas que somassem mais
de 80%, iriam direto para o relatório final como “aprovadas por
consenso” ou “por mais de 80%”: foram 601, número bastante elevado e
politicamente muito significativo. Nas demais, cada um dos dois
segmentos da sociedade civil, em cada GT, selecionaria quatro de maior
interesse para remeter às Plenárias finais, podendo o governo
selecionar duas. Assim, 140 propostas chegaram às Plenárias para serem
votadas ou, eventualmente, sujeitarem-se ao mecanismo da “questão
sensível” – se algum segmento levantasse “questão sensível”, a proposta
somente poderia ser aprovada se somasse 60% mais 1 dos votos e, pelo
menos, 1 voto em cada um dos três segmentos. Ainda assim, 71 propostas
foram aprovadas. Apenas 13 não lograram aprovação devido ao mecanismo..
Outras duas foram rejeitadas por maioria simples e as demais não foram
apreciadas por falta de tempo.
Ficou claro que poucas, embora decisivas questões opõem o
empresariado ao campo democrático, ou o capital ao trabalho, como se
diria em outros tempos... Um ponto de muito polêmica e que ainda deverá
ser melhor discutido trata do uso dos recursos do Fust para financiar a
universalização da banda larga. O empresariado quer, mas a CUT não quer
que esses recursos possam ser devolvidos às operadoras privadas que
prestariam o serviço. Para a CUT, essa operadora deveria ser uma
revitalizada Telebrás estatal. Outro ponto sobre o qual não foi
possível acordo trata da multiplexação dos canais de TV aberta digital.
A Abra gostaria de usar essa possibilidade tecnológica para permitir,
na prática, que cada emissora ofereça mais três, quatro ou cinco canais
de programação em um mesmo canal de concessão. O Coletivo Intervozes
orientou o campo democrático-popular a não concordar com isso: para
cada concessão, só um canal.

Sem força legal, as resoluções da Confecom poderão e deverão vir a
ser transformadas em projetos de lei do Executivo ou do Legislativo,
nos próximos anos. Ao contrário da legislação atualmente em vigor,
gerada em gabinetes fechados de governos anteriores e aprovada a força
de lobbies empresariais e de sabidos (mas nunca investigados) mensalões
passados, uma nova legislação que venha a ser respaldada nas resoluções
desta primeira e das próximas Confecons, estará politicamente
respaldada e legitimada pelo debate aberto e franco envolvendo os
diversos e diferentes segmentos da sociedade. Nos termos das resoluções
desta primeira Confecom, o Executivo ou o Legislativo já poderiam
considerar a possibilidade de debater uma ou mais de uma lei envolvendo
os aspectos abaixo relacionados.

- Criação do Conselho Nacional de Comunicação Social. Comemorado
como uma das principais conquistas das forças populares, trata-se de
antigo projeto, proposto inicialmente na Constituinte de 1988, cujas
origens remontam ao Conselho Nacional de Comunicações, instituído pelo
Código de Comunicações de 1962 e extinto pela ditadura militar. Nas
condições políticas atuais, o Conselho seria composto por
representantes do governo, do empresariado e da sociedade civil
não-empresarial, tendo poderes para formular e implementar políticas de
comunicações. Também foram aprovadas propostas prevendo a criação de
conselhos estaduais e municipais.

- Criação do Conselho Federal de Jornalismo e elaboração de uma nova
Lei de Imprensa. Independentemente da obrigatoriedade ou não do diploma
específico para exercício da profissão, a atividade em si necessita de
regulamentação, seja para assegurar, à sociedade, o livre acesso à
informação (o recente boicote, pelo “Jornal Nacional”, à notícia da
premiação do presidente Lula como Homem do Ano pelo Le Monde, é um
autêntico escândalo!), seja para garantir aos profissionais condições
reais para cumprirem, ou serem punidos se não cumprirem, o “código de
ética” do jornalismo. Uma das teses aprovadas prevê incluir numa futura
lei, a “cláusula de consciência” pela qual o profissional não poderia
sofrer intimidações por escrever contra os interesses do seu patrão.

- Proibição de publicidade dirigida a menores de 12 anos.
Sublinhando, por testemunho do autor destas linhas, que tal resultou de
um acordo aceito pela Telebrasil e pela Abra, a Confecom deu importante
respaldo à crescente mobilização da sociedade brasileira para proteger
a nossa infância e nossa juventude da influência de mensagens
publicitárias que visam formá-las como consumidores compulsivos, antes
que se formem como cidadãos. Se uma lei nessa direção vier a ser
aprovada, pode-se esperar algumas mudanças, para melhor, nas
mentalidades de futuras gerações.

- Incentivo à produção audiovisual nacional, independente, regional
ou comunitária. Foram dezenas as propostas aprovadas, por consenso, a
favor de políticas de fomento e incentivo, inclusive com introdução de
cotas ou criação de fundos, à produção nacional, ou independente, ou
regional, ou comunitária, ou educativa etc. Uma delas, diz com todas as
letras: “Garantir um mínimo de 50% do mercado nacional de radiodifusão
e TV por assinatura para a produção de conteúdo nacional” (GT 4/PL
516). O Congresso Nacional está portanto autorizado a introduzir cota
de 50% para produção nacional na programação dos canais estrangeiros em
TV por assinatura, no lugar das atuais ridículas 3hs30m semanais,
conforme consta em projeto de lei recentemente aprovado na Câmara
(PL-29), agora a caminho do Senado.

- Universalização da banda larga e da internet. Diversas propostas
aprovadas por consenso nos grupos de trabalho, confirmam a importância,
mesmo prioridade, que a sociedade brasileira passou a dar a políticas
públicas voltadas para a universalização da banda larga e do acesso à
internet. No entanto, como operacionalizá-las ainda é motivo de forte
dissenso, opondo as operadoras privadas às representações dos
trabalhadores e dos movimentos sociais. Sabendo-se que por aqui
avançarão as fronteiras capitalistas de acumulação nos próximos anos,
entende-se a maior dificuldade, neste ponto, de um acordo.

- Obediência à Constituição, em especial aos seus artigos 221 e 222.

A Confecom concordou que os meios de comunicação, independentemente das
plataformas tecnológicas, devem todos obedecerem aos princípios
constitucionais que estabelecem suas finalidades educativas e culturais
(cabendo, pois, regulamentá-los), bem como limitam a participação de
capital estrangeiro nesses serviços. Uma das propostas aprovadas
estabelece que o capital estrangeiro deverá ser reduzido de 30 para 10
por cento. Se depender da Confecom, a própria Constituição deveria ser
revista para eliminar a distinção que hoje faz entre radiodifusão e
telecomunicações, deixando assim as operadoras de telecomunicações
livres para prover conteúdos sem obediência aos princípios que regem
apenas (por enquanto) as emissoras de radiodifusão.

- Desenvolvimento tecnológico e industrial. Sem muito alarde, foram
aprovadas por consenso duas teses, no GT específico, reivindicando
políticas de fomento ao desenvolvimento industrial e tecnológico,
inclusive aproveitando as novas oportunidades de mercado a serem
abertas pela provável expansão da infra-estrutura de banda-larga, nos
próximos anos.

- Garantia de direitos. Sem maiores polêmicas, foram aprovadas quase
todas as teses que reivindicavam respeito aos, ou promoção dos direitos
de minorias, mulheres, trabalhadores e cidadãos e cidadãs em geral.

- Rádios e TVs comunitárias. Este segmento, nucleado pela Abraço e
pela ABCCom, foi um dos que mais se mobilizou pela realização da
Confecom. Foi brindado, ao final, com a aprovação de quase todas as
suas teses de fomento à radiodifusão comunitária e de condenação à
criminalização, em curso inclusive sob o governo Lula, de ativistas do
movimento.

A Confecom proporcionou-nos a todos e todas um grande aprendizado de
democracia e diálogo. Criou pontes de comunicação entre segmentos que
antes mal se cumprimentavam. Identificou atores e lideranças que
poderão, a partir de agora, aprendidas de parte a parte as lições,
tentar construir um novo, democrático e nacional marco regulatório para
as comunicações brasileiras. Por outro lado, não poderemos ignorar, nos
encaminhamentos futuros, as posturas atrasadas e atrabiliárias da
Globo, da Folha de S. Paulo, Estadão e similares, ainda recusando o
diálogo e a negociação, isto é, ainda ignorando as novas configurações
democráticas que vai assumindo a sociedade brasileira. Resta esperar
que, apesar dos seus indefectíveis editoriais de ocasião, nos seus
interiores já se esteja sabendo avaliar o real significado desta e de
outras tantas derrotas recentes. Ou ainda apostam que reverterão todo
esse processo em outubro próximo?

*Marcos Dantas é professor da Escola de Comunicação da UFRJ,
doutor em Engenharia de Produção pela COPPE-UFRJ, ex-secretário de
Educação a Distância do MEC.

sábado, 23 de janeiro de 2010

GASTRONOMIA POLITICA

Uma das questões que ia “pegar” neste início de ano, se o Haiti não tivesse tremido tanto, era a proposta do Governo Lula de controlar o conteúdo editorial dos meios de comunicação sob o pretexto de que os organismos de comunicação não têm tanto poder (e direito) de opinar sobre a maneira como se conduz o futuro político e econômico da nação. Antecipando-me (e preparando) para esta possibilidade, lembrei que durante os tristes “anos de chumbo” uma das alternativas dos editores ao poder da censura era publicar, nos espaços vetados, inofensivas receitas de culinária, mas que não passavam despercebidas pela opinião pública.


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Enroladinho à Setembrina

Ingredientes:

- sete escolas de samba viamonenses;
- uma rádio comunitária
- políticos de ocasião (a gosto)
- uma passarela do samba
- público (o que você conseguir juntar)
- alegorias e fantasias
- um secretário de cultura (para o molho Branco)

Modo de preparo:
Limpe e desosse as escolas de samba e reserve. Comece a cozinhar a rádio comunitária em fogo baixo, mas de vez em quando tempere para deixá-la bem apimentada. Corte os políticos em tiras bem fininhas, e coloque no fundo de uma panela de ferro. Você vai ter que colocar todos os outros ingredientes por cima para abafar os políticos durante o cozimento.
Em uma passarela do samba, bem apertada e desconfortável acomode o público em duas camadas, sobre o papel machê das alegorias. Junte o molho “branco” que você preparou com o secretário de Cultura e deixe descansar.
Ao final, jogue as escolas de samba, e leve ao forno. Sirva decorada com as fantasias para que o prato fique bem bonito.

Dicas:
As escolas de samba podem ser adquiridas em um kit, associadas e já amaciadas.
Dê preferência por políticos com ambições estaduais, são mais fáceis de cozinhar.
E fique atento: rádios comunitárias são ariscas e só devem ser abatidas na hora do preparo, para não estragarem o prato.
Se você não gostar do sabor das escolas de samba, e preferir um sabor mais gauchesco, pode optar por tradicionalistas ao invés de carnavalescos.
Como sobremesa apresente aos seus convidados um delicioso arroz com leite.
Tempo de preparo: quarenta dias
Rendimento: dois mandatos.

EDUARDO ESCOBAR - Diário de Viamão

RESTINGA 40 ANOS

Aos 40 anos, Bairro Restinga comemora desenvolvimento



Hospital eleva comunidade para uma das principais da Capital


A obra, já em andamento, de um hospital com 90 leitos e o início das aulas em março na primeira escola técnica federal da Restinga poderão transformar a vila, forjada a partir da transferência de famílias pobres da área central de Porto Alegre, no final da década de 60, em um dos principais bairros da Capital.
Dividida em Velha e Nova no imaginário dos próprios moradores devido à política de urbanização da época em que foi instalada, a Tinga, como carinhosamente é conhecida, busca diariamente provar que pode ter o próprio lugar ao sol.
Para expor as mudanças que ocorreram e continuam acontecendo em um dos maiores bairros da cidade, o Diário Gaúcho conversou com moradores e pesquisadores para apresentar o lugar que, por sua população (calcula-se que cerca de 200 mil pessoas vivam hoje no local) poderia ficar entre as maiores cidades gaúchas.
Para Flávio Adair Chaves Pereira, 45 anos, mais conhecido como Falcão, sorriso no rosto e braços abertos estão sempre em primeiro lugar. Em 1968, aos quatro anos, ele foi enxotado com a família da extinta Ilhota (vila do Bairro Menino Deus), para um terreno sem casa ou saneamento básico nas terras secas de um lugar chamado de Vila Restinga.
Falcão lembra bem das condições precárias de sobrevivência.
– Deixamos a Ilhota com o sonho de melhorar de vida, mas tivemos que começar do zero – conta.
Era o início da chamada Restinga Velha. Cada família construiu a própria casa. Como no local não havia escola, muitas crianças ficaram sem estudos.
– À noite, a luz da lua era a nossa única claridade. Quando o carro-pipa não vinha, buscávamos água em vertentes. A distância e a falta de transporte público, pois eram só dois ônibus por dia, deixaram muitos moradores sem emprego – recorda.
Ficaram na espera
A garantia da prefeitura da época de que as primeiras famílias transferidas ganhariam casas no local ficou apenas na promessa. Quando surgiu o projeto do Demhab para a Primeira Unidade, no início dos anos 70, a maioria não alcançava a renda mínima exigida. Então, pessoas de outras regiões da cidade conquistaram o direito à casa própria.
– Ficávamos olhando as casas brancas do outro lado da rua. E nós aqui, esperando – conta Falcão.
Com o passar dos anos, ele viu a vila se tornar bairro.
– As pessoas pensam que isso aqui é o fim do mundo por ser distante, mas só quem mora aqui sabe que este amor pela Tinga jamais se acaba.

Uma grande família

Entre os primeiros a habitarem as casas brancas do outro lado da Avenida João Antônio da Silveira estão os moradores das redondezas da antiga Rua 1, hoje Rua Silvio R. Sirângelo. Aristélio e Eva Cardoso Amaro, de 70 e 67 anos respectivamente, eram noivos quando decidiram comprar a casa própria na Primeira Unidade, há 39 anos.
– No início, me apavorei com a distância e com a falta de recursos – recorda Eva.
Já o casal Cláudio Roberto e Beni da Rosa, de 58 e 65 anos, há 35 anos na Restinga, temia que o local não se desenvolvesse.
Banheiro meteu medo
Ainda criança, o hoje professor de História Alexandre Gomes Amaro, 44 anos, lembra do medo de usar o banheiro, que era uma novidade para a família.
– Antes, usávamos uma latrina. Então, aquilo era uma novidade. Eu ficava horas dando descarga no vaso.
Apesar de demonstrarem orgulho por viverem no bairro, existe uma unanimidade entre os vizinhos quando se fala na falta de lazer para os mais jovens.
Mas é a serelepe Neusa Cabral Corrêa, 62 anos, conhecida como Baixinha, que resume o sentimento dos moradores pouco antes de eles posarem abraçados para uma foto no bairro:
– A Restinga é tudo. Somos uma grande família.
Durante quatro anos, a mestre em Geografia Nola Gamalho percorreu ruas, conversou com moradores e descobriu uma nova Tinga.
– Decidi conhecer o bairro de tanto passar pelo mapa da cidade, na Estação Mercado, e ver aquele ponto distante dentro de Porto Alegre.
Nola apresentou o bairro no trabalho de conclusão do curso de Geografia e retornou no ano seguinte para fazer a dissertação do mestrado.
Para sua surpresa, foram encontrados 28 reassentamentos, habitações populares, loteamentos irregulares e ocupações dentro da própria Restinga. Mesmo assim, Nola acredita que ainda seria impossível pensar numa emancipação.
– A Restinga poderia ser vista como uma cidade dentro de outra cidade se tivesse um parque industrial mais desenvolvido e já contasse com o hospital e as escolas técnicas.

A Tinga em números

- Pronto Atendimento: 1
- Unidades Básicas de Saúde: 2
- Unidades de Saúde da Família: 5
- Equipes de Estratégia de Saúde da Família: 7
- Escolas: 16
- Creches conveniadas: 21
- Fórum: 1
- Corpo de Bombeiros: 1
- Batalhão da Brigada Militar: 1
- Delegacia de Polícia Civil: 1
- Clube: 1
- Profissionais autônomos: 196
- Minimercados: 31
- Armazéns/fruteiras: 34
- Escritórios (contabilidade/administrativo/engenharia): 10
- Consultórios médicos particulares: 20
- Agências bancárias: 2
- Oficinas: 10
- Auto-escola: 1
- Padarias: 5
- Supermercado: 1
- Fábricas/Indústrias: 28
- Lancherias: 12
- Escolas de samba: 2

Disposto a resgatar a história do bairro, o aposentado José Carlos dos Santos, 59 anos, mais conhecido como Beleza, criou maquetes que relembram os primeiros tempos da Tinga. Com caixas de fósforo, papelões e uma boa dose de criatividade, Beleza reconstruiu as “malocas”, como eram chamados os primeiros casebres construídos na região, e o ônibus vermelho e amarelo que passava duas vezes por dia na Vila Restinga.
– Chamavam o ônibus de Arca de Noé porque todos carregavam bichos dentro do veículo, de galinha a cachorro – conta, aos risos.

História nas escolas

Morador da Segunda Unidade há 34 anos, Beleza visita as escolas do bairro e conversa com os alunos sobre a história da Restinga.
– O objetivo é fazer com que os mais jovens se sintam atraídos pela história do próprio bairro onde moram.
"Moro na Primeira Unidade e o que mais gosto é da vizinhança. Se pudesse melhorar algo pediria para aumentar a quantidade de horários das linhas de ônibus e o policiamento nas ruas."

Eliane da Ré
Dona de casa – Mora há 36 anos na Restinga Nova
"A Restinga não é só violência. Me criei no bairro e o que mais gosto é da vizinhança. Lá, todos se ajudam e a união faz a força."

Aline da Silva Rodrigues

Auxiliar administrativa – Mora há 18 anos na Restinga Velha
"Temos quase tudo no bairro, com um comércio reforçado. Mas seria ainda melhor se as praças fossem recuperadas e se tivéssemos linhas de lotação e executiva de ônibus, pois ficaria mais confortável para enfrentar a viagem entre o Centro e a nossa casa."

Vera Lúcia Ferreira Bica
Telemarketing – Mora há cinco anos na Restinga Nova
"Quem vai para a Restinga nunca mais sai de lá. A gente se apaixona. É uma pequena cidade que só sente falta de um hospital e de policiamento reforçado."

Firmino da Silva
Padeiro – Mora há 24 anos na Restinga Velha

 história do local em fatos

- 1967 – Chegada dos primeiros moradores à Vila Restinga (onde hoje é a Restinga Velha).
- 1971 – Chegada dos primeiros moradores ao projeto habitacional Nova Restinga (onde hoje é a Restinga Nova)
- 1972 – Fundação do Centro de Comunidade Vila Restinga (antigo Cecores), hoje chamado de Centro Regional de Assistência Social Restinga e Extremo-Sul. Oferece atendimento social aos moradores, serviço jurídico (Vara de Família), piscina comunitária e ginásio com atividades esportivas. Três secretarias trabalham em conjunto no local: Sme, Smed e Fasc.
- 1977 – Criação da primeira agremiação do bairro, a Unidos da Tinga. Depois, ela se transformou na Estado Maior da Restinga. O primeiro desfile ocorreu em 1979.
- 1989 – Criação da Sociedade Recreativa Carnavalesca Academia de Samba União da Tinga.
- 1990 – A Vila Restinga é declarada bairro pela prefeitura pela Lei 6571, de 8/1/1990.
- 1991 – Governo estadual cria o Foro Regional da Restinga pela Lei 9485, de 24 de dezembro de 1991.
- 1998 – Criação do Centro Infantil Renascer da Esperança, fundado pela gari Roseli da Silva.
- 1999 – Criação da sede da Casa da Sopa – a entidade foi fundada pela aposentada Eva Laurência Valadares, falecida há cinco anos. Hoje, o fiscal de tráfego Roni Ângelo Ferrari é o presidente da instituição.
- 2009 – Assinada a Licença de Instalação para o Hospital da Restinga.
- 2010 – Iniciada a limpeza do terreno para construção do hospital.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O CENÁRIO DO ABANDONO

Capital em 1.203 pessoas dormindo no relento




Se uma imagem vale por mil palavras, as fotos destas páginas dispensam qualquer centímetro de texto. Basta olhar para se envergonhar. Ver de novo para não esquecer. São moradores com nome, sobrenome e endereço fixo nas ruas da Capital.
Eram poucos, agora são centenas. De dia, vivem como catadores andarilhos. À noite, descansam o corpo na laje fria das calçadas, em bancos de praça e na escadaria de igrejas. Muitos ficam pelo caminho, derrotados pelo álcool, vencidos pela droga, vítimas da violência.

Em 2008, a população adulta de sem-tetos era de 1.203 pessoas. Hoje, a prefeitura não sabe.

Número de sem-teto parece ter aumentado

Embora não haja dados oficiais (o último levantamento feito pela Ufrgs é de 2008), a impressão de quem circula pela Capital é de que o número de moradores de rua aumentou. Na madrugada de ontem, a reportagem deparou com cenas que tornaram-se rotineiras na noite da cidade.

Conhecido por sua beleza arquitetônica, o viaduto Otávio Rocha, na Avenida Borges de Medeiros, é um dos redutos preferidos dos sem-teto.

Embaixo de suas escadarias, sustentadas por amplas arcadas, jovens, adultos e idosos acomodam-se para dormir. Quando anoitece, o passeio serve de cama para quem não encontra vaga em albergue ou resiste à oferta de ajuda.
Porteiro desempregado, Sérgio Luís do Nascimento, 48 anos, acordou para explicar a razão de estar ali.
Sem perspectiva de vida melhor
O ex-morador da Lomba do Pinheiro perambula há seis meses, sem documentos e sem perspectiva de uma vida melhor.
– De dia, cato latinha para vender e à noite me encosto aqui. Uma senhora traz café todas as manhãs. Quando consigo dinheiro, almoço no Bandejão – revela o andarilho, com duas passagens pelo Presídio Central.
Na esquina da Borges com a Rua Jerônimo Coelho, a situação é pior. Um tapete humano estende-se sob a marquise do prédio do INSS (edifício Cristaleira). A 1h40min, 23 pessoas dormiam numa espécie de alojamento coletivo a céu aberto.

Mudança no perfil

A presença maior de jovens nas ruas denuncia uma mudança no perfil desta população.

Segundo o sociólogo da Ufrgs Ivaldo Gehlen, coordenador da pesquisa que apontou a existência de 1.203 moradores de rua adultos na Capital em 2008, há uma explicação para este fato.
- Adolescentes que vivem na rua, crescem neste ambiente e chegam à maioridade com o mesmo comportamento dos adultos. Na pesquisa, 65% dos adultos dormiam na rua – relembra.
Outro motivo seria o movimento migratório deste grupo.
Com o fechamento, pela prefeitura, dos vãos sob as pontes da Avenida Ipiranga, por exemplo, os sem-teto passaram a ocupar outros espaços, tornando-se mais visíveis aos olhos da multidão.

Fasc anuncia albergues



O diretor administrativo da Fasc, Carlos Sett, admite o problema, mas faz uma distinção entre moradores e pessoas em situação de rua. Segundo ele, o aumento da presença do segundo grupo estaria vinculado ao crescimento do consumo de crack. Impedidos de retornar às suas residências, por causa de dívidas com traficantes, usuários da pedra da morte adotam a rua como abrigo permanente.
Carlos entende, também, que o caráter humanitário da oferta de comida por ONGs alimenta o processo de permanência destas pessoas nas vias públicas.
– O sentimento, a percepção que temos é esta - garante Carlos.
Em 2010, a Fasc terá R$ 26 milhões a mais no orçamento. Uma parte será utilizada na ampliação do número de vagas. Serão construídos dois albergues menores, cada um com 75 vagas, e criados 22 centros de referência em assistência social.



Serviços existentes
- Atendimento Social de Rua – Aborda e identifica moradores de rua. Telefone para solicitar abordagens: 3221-8578, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30min às 18h. À noite e nos finais de semana, as solicitações devem ser feitas pelo fone 3346-3238.
- Casa de Convivência – É um espaço diurno que encaminha para a rede de atendimento. Vagas: 70 pessoas por dia. Na Rua João Alfredo, 782, Cidade Baixa, de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 12h e das 13h30min às 18h.
- Albergue Municipal – Oferece pernoite, janta, café-da-manhã, banho e roupas limpas. Funciona diariamente, das 19h às 7h. Vagas: 120 no ano inteiro e 150 no inverno. Na Rua Comendador Azevedo, 215, Bairro Floresta. Telefone 3346-3238.
- Abrigo Municipal Marlene – Vagas: 100 no ano inteiro e 110 no inverno. Na Avenida Getúlio Vargas, 40, Bairro Menino Deus
- Abrigo Municipal Bom Jesus – Vagas: 78 no ano inteiro e 88 no inverno. Na Rua São Domingos, 165, Bairro Bom Jesus.

Endereços em que foram encontrados moradores de rua

0h05min: escadaria da Catedral Metropolitana, na Rua Duque de Caxias, Centro.
0h10min: bancos da Praça da Matriz, Centro.
0h20min: calçada da Rua Duque de Caxias, próximo à esquina com a Rua Marechal Floriano, Centro.
0h25min: calçada sob o Viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, Centro.
1:25 calçada da Avenida Assis Brasil, no Bairro Cristo Redentor.
1h40min: calçada da esquina da Rua Jerônimo Coelho com a Avenida Borges de Medeiros, no Centro.
2h05min: área de recuo de mercadinho na Rua Laurindo, no Bairro Santana.
2h20min: calçada da Avenida Ipiranga, esquina com a Rua Santana, Bairro Santana.
2h30min: calçada da Avenida Osvaldo Aranha, no Bairro Bom Fim.

LULA E DILMA ESTARÃO NO ESTADO EM FEVEREIRO

O presidente vai inaugurar obras e a ministra participa de encontro com prefeitos


O presidente Lula vem a cidade de São Leopoldo, no Vale dos Sinos, inaugurar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada no bairro Feitoria. A inauguração ocorre no dia 05 de fevereiro.
A obra possibilitará o tratamento de 50% do esgoto do município e foi realizada com verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saneamento, com investimento de R$ 10 milhões.
Além disso, Lula fará a entrega de 600 chaves das casas construídas também com recursos do PAC. O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi afirmou que pretende concluir sua gestão com a construção de 8 mil residências.
- São Leopoldo recebeu nos últimos cinco anos cerca de R$ 200 milhões de investimentos federais, que alavancaram a economia e desempenharam papel fundamental na inclusão social -, destacou Vanazzi.
A ministra Dilma Rousssef chega à cidade no sábado, 06, para um encontro de prefeitos, também promovido pela prefeitura de São Leopoldo.

AVATAR PARA BRIGADIANOS

Sessão de Avatar é usada para preparar novos PMs

Cerca de 120 soldados assistiram ao filme
A Brigada Militar negociou com um cinema da Capital uma sessão gratuita do filme Avatar. Cerca de 120 soldados foram ao CineSystem do Shopping Total conferir o longa.
Segundo o Major Medina, que ministra aulas de História no 9º BPM, a ideia é despertar a consciência ambiental e a capacidade de conflito. Sessão foi exibida no Shopping Total.

PRÉDIO HISTÓRICO AMEAÇA CAIR EM PORTO ALEGRE


Edifício na esquina da Riachuelo com a Marechal Floriano corre risco de cair


Prédio histórico na esquina da Rua Riachuelo com a Rua Marechal Floriano, no centro de Porto Alegre, foi interiditado pela Smov nesta sexta-feira. A EPTC bloqueou a Riachuelo entre a Rua Dr. Flores e a Avenida Borges de Medeiros.
O sentido da pista da Dr. Flores foi alterado entre a Avenida Salgado Filho e a Riachuelo, para que os motoristas que vêm da Avenida Independência e iriam acessar a Riachuelo, possam utilizar a Salgado Filho.
— O prédio apresenta risco de queda em direção às duas ruas, uma parte dele está só com a fachada de pé — explicou o diretor da divisão de controle da Smov, Paulo André da Silva
Segundo o diretor, a situação do trânsito no local deve permanecer assim até o fim-de-semana. Silva também conta que o prédio é tombado e que é preciso realizar um escoramento do edifício, processo que evita que ele caia.
— Por ser tombado, não pode ser demolido. Estamos analisando a contratação emergencial de uma empresa que vai fazer o escoramento do edifício — disse Silva.
Parte do prédio na Riachuelo estava apenas com a fachada em pé

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

REUNIÃO DO CONSEPRO

Será realizada na Sexta-feira dia 22 de Janeiro às 20 hs no Clube de Mães Nossa Senhora do Brasil, na Colônia de Itapuã, a reunião do Consepro/Itapuã, onde será discutido assuntos relacionados a Segurança, e a possível instalação de Câmeras de Video na Comunidade para Monitoramento na entrada da Vila e no centro, localizado na Praça da Igreja.

LIQUIDA VIAMÃO 2010: Lançamento Amanhã

Será lançado amanhã oficialmente o "LIQUIDA VIAMÃO 2010", o tradicional Café com os Empresários de Viamão no Mesa & Sobremesa no Centro de Viamão.
O Liquida Viamão este ano estará premiando mais uma vez um cliente que comprar no comércio de Viamão, e este ano premiará também o Vendedor que atendeu ao cliente sorteado, além também do estabelecimento onde foi efetuada a compra. No ano passado a vencedora foi de Itapuã, que ganhou um Caminhão de Prêmios. Participe da Campanha comprando no Comércio de Viamão.

FUTEBOL: Porto Alegre enfrenta Inter na Ulbra em Canoas

Colorado enfrenta o Porto Alegre no Complexo Esportivo da Ulbra

Após a goleada de 4 a 2 contra o Ypiranga, no Beira-Rio, a garotada do Inter B parte para mais um desafio pelo Gauchão. A equipe enfrenta o Porto Alegre, às 22h desta quarta-feira, no Complexo Esportivo da Ulbra, em Canoas. Será nova oportunidade de mostrar potencial para os jogadores colorados tentarem conseguir vaga entre o grupo que disputará a Libertadores.
O bom resultado na primeira rodada bastou para dar cartaz a nomes pouco (ou quase nada) lembrados pela torcida, como o atacante Leandro Damião. Autor de dois gols, ele formará dupla com Walter, que também marcou no domingo. A eles, se somam Ytalo, Juan, Josimar e Wagner Libano, entre outros.
– Projeto estar no grupo da Libertadores – admitiu Leandro Damião.
Em relação a partida contra o Porto Alegre, o técnico Enderson Moreira projeta um confronto difícil:
– A equipe do Porto Alegre, independentemente do resultado, é ótima. O Lisca é um grande treinador, conhece boa parte dos nossos atletas. Esperamos ter uma boa atuação – comenta.
Enderson Moreira não sabe até quando o time vai B vai disputar o Gauchão. Mas, segundo ele, a garotada está pronta para sempre representar o Inter.
– Há a possibilidade de jogarmos mais jogos, vai depender muito do andamento das competições. O time B estará preparado para qualquer necessidade da equipe principal e representar o time do Inter – opina.
Lisca conhece bem o time colorado. O treinador do Porto Alegre trabalhou nas categorias de base do Inter.
O Porto Alegre vem de uma goleada de 5 a 1 contra o Veranópolis. Nesta rodada, Lisca projeta pelo menos um empate.
– Esse ano o Inter B está caprichado. É um projeto novo que eu tive capacidade de participar. Se conseguirmos pontuar será um grande feito. Depois, eles jogarão com os titulares e deverão tirar pontos de todos – afirma Lisca.

CHUVAS NO RS: Nova Palma, nova vitima do mau tempo

Barragem do Cafundó, que rompeu parcialmente na terça-feira, continua na mesma situação

Um dia depois de ficar ilhada por causa da cheia do Rio Soturno e do Arroio Portela, Nova Palma, na região central do Estado, tenta voltar à rotina. Com as águas voltando ao nível normal, prefeitura e moradores começaram a contabilizar os prejuízos da enchente nesta quarta-feira.
Pela manhã, as águas do Rio Soturno baixaram, liberando a ERS-149, principal acesso à cidade. No centro de Nova Palma, o Arroio Portela também voltou ao seu leito, permitindo que os 319 desalojados comecem a retornar para casa. Ainda há seis famílias no ginásio municipal porque suas casas estão em zonas de risco e ameaçam desabar. Nas ruas, o cenário é de lama e destruição.
A prefeitura ainda não finalizou o levantamento dos estragos, mas sabe que os maiores prejuízos foram na zona rural. Pontes e pontilhões caíram, deixando sem comunicação terrestre a comunidade de Felisberta e o distrito de Caemborá.
A Barragem de Canfundó, que rompeu parcialmente na terça-feira, continua na mesma situação. É possível que a Defesa Civil sobrevoe a região para avaliar os estragos hoje.
A Barragem de Cafundó rompeu parcialmente na terça-feira

HAITI: Brasil ajuda mais o Pais destruido pelo Terremoto

Jobim encaminhará decreto legislativo ao Senado para mandar mais 700 militares ao Haiti

Assesssoria do presidente do Senado disse que ministro pediu que comissão analise o pedido
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de decreto legislativo para enviar mais 700 militares brasileiros ao Haiti. O pedido deve ser analisado por uma comissão representativa composta por senadores e deputados, que atua durante o recesso parlamentar.
Ontem, o conselho de segurança da ONU já havia aprovado o envio de mais 3,5 mil militares para reforçar o contingente da Missão de Paz no Haiti (Minustah).
O decreto é necessário por envolver questões de política externa, conforme previsto na Constituição Federal. De acordo com a assessoria do presidente do Senado, José Sarney, o ministro solicitou ao senador que a comissão analise o pedido, a fim de que os militares possam ser enviados com a maior agilidade possível ao Haiti. A assessoria de Sarney informou, também, que, no decreto, o ministro solicitou o envio de mais 100 policiais brasileiros ao país caribenho, para ajudar na segurança do país.
A comissão que vai analisar o pedido é formada por 17 deputados e oito senadores. Enquanto o Congresso estiver em recesso, é essa comissão que pode deliberar sobre e aprovar matérias que exijam avaliação da Câmara e do Senado.
Direto do Haiti: ajuda é modesta, afirma general