terça-feira, 26 de janeiro de 2010

LULA FALA PARA OS GAUCHOS


Davos já não tem mais o mesmo glamour de 2003, diz Lula no FSM


Presidente criticou os países desenvolvidos por não terem evitado a crise econômica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empolgou o público que esteve no Gigatinho na noite desta terça-feira, quando criticou o Fórum Econômico de Davos no balanço dos 10 anos do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Na avaliação do governante, a grave crise ecômica mundial que ocorreu no último ano tirou o glamour do encontro na Suíça:

— Estou aqui e daqui vou pra Davos outra vez, igual a 2003. (…) Tenho consciência de que Davos já não tem mais o glamour que tinha em 2003.

Em seguida, foi interrompido pelos gritos da multidão: "Lula, guerreiro do povo brasileiro".
O presidente criticou os países desenvolvidos. Segundo o presidente, se eles tivessem feito suas “lições de casa”, a crise econômica não teria acontecido:

— Eu vou a Davos com outra missão: eu quero mostrar que se o mundo desenvolvido tivesse feito a lição de casa em economia, a gente não teria tido a crise econômica que tivemos no ano passado. A irresponsabilidade com que o sistema financeiro era manuseado no mundo inteiro, sem nenhum controle, era imensa. Quando era um país latino que devia cinco milhões ao FMI, nos cansávamos de gente dar palpite sobre o que deviamos fazer. Eles esqueceram de olhar pro nariz deles e ficaram olhando pro nosso. Davos não discutia crise, porque eles não sabiam que iam ter crise. E quando eu disse que era uma marolinha, nós fomos criticados e detonados e o resultado esta aí.

Lula defendeu a Rodada de Doha e o Protocolo de Kyoto e criticou a posição dos países desenvolvidos na COP15:

— Não conseguimos concluir o acordo da Rodada de Doha por causa de uma divergência entre Índia e EUA. Enquanto não for feito o acordo, os países mais pobres estarão subordinados a subsídios dos países ricos. Nós fomos para Copenhague com a decisão mais séria e mais consistente, levamos uma proposta de até 2012 diminuir gases do efeito estufa entre 36% e 39% e diminuir o a poluição da amazônia até 80% até 2020. Isso pegou os países ricos de surpresa. O que estava em discussão: os EUA não é assinante do Protocolo de Kyoto, não tem compromisso de diminuição de metas.



Forte esquema de segurança no deslocamento de Lula

O avião que trazia o presidente e cinco ministros — entre eles a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e o ministro da Justiça Tarso Genro — pousou no Aeroporto Salgado Filho às 19h27min. Lula desembarcou da aeronave às 19h40min. Em seguida, a comitiva seguiu, sob forte esquema de segurança, até o Ginásio Gigantinho.
Por volta das 20h40min, o presidente subiu ao palco e cumprimentou autoridades. Ao fundo, a ovação dos presentes: "Olê, olê, olá, Lula". Lula sentou-se para ouvir a manifestação do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique da Silva Santos, e da líder de esquerda uruguaia, Lilian Celiberti. Às 21h09min Lula iniciou seu discurso.

FILAS PARA AGUARDAR PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE

Mais de 2 mil pessoas já estão dentro do Gigantinho aguardando a chegada do presidente Lula, segundo a Brigada Militar.
A fila no entorno do ginásio também é grande.
Apenas 10 mil pessoas poderão entrar no ginásio para assistir à conferência.

Lula embarcou para a Capital às 19:40, e deve chegar por volta de 20:30 a Porto Alegre.

LULA: Presidente fala no FSM em Porto Alegre



Esquema de segurança altera rota de Lula para o Gigantinho

A comitiva presidencial se desloca até o Gigantinho, mas a rota prevista foi alterada, por questões de segurança.
A expectativa era de que Lula transitasse pela Br 116, Free Way, Avenida Castelo Branco, Mauá, Avenida Beira-Rio, rua Aureliano de Figueiredo Pinto até a Padre Cacique. No entanto, a comitiva se deslocou pela Terceira Perimetral.

Políticos aguardam Lula no Gigantinho


A deputada federal pelo PC do B Manuela d’Ávila está no Gigantinho assistindo às apresentações culturais que antecedem a conferência do presidente Lula. Ao lado dela, a diretora do Grupo Hospitalar Conceição, Jussara Cony.

GAUCHOS NO HAITI

"Vamos levar todo o nosso afeto e apoio ao Haiti", diz médica da missão gaúcha



Equipe de dez profissionais do Grupo Hospitalar Conceição embarcou hoje na Capital


Embarcou na manhã de hoje para o Haiti o grupo de quatro médicos e seis enfermeiros do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), na Capital, que vai realizar trabalho voluntário e ajudar vítimas do terremoto que devastou o país. A solidariedade e a motivação contagiam a equipe que vai atuar por pelo menos 30 dias em um hospital-navio ancorado próximo a Porto Príncipe.
Selecionados entre mais de 400 profissionais do GHC que manifestaram interesse na viagem, eles têm conhecimentos nas áreas de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e emergência. Uma das mais experientes do grupo é a médica anestesista Maria da Graça Falkembach. Ela completará 60 anos no próximo dia 22 e, provavelmente, vai comemorar a data no Haiti.
— É um grande presente participar dessa missão. O grupo está realmente muito motivado. Vamos levar todo o nosso afeto e apoio ao Haiti. Chegaremos em um momento em que a demanda do ponto de vista médico é enorme. Do ponto de vista humano, quem está ganhando mais somos nós — diz a médica, que já participou como voluntária de uma missão no Timor-Leste há oito anos.
— Na época, o país estava em reconstrução. Agora, a situação no Haiti é ainda mais grave. Uma grande tragédia. Mas recebi todo apoio da minha família nessa decisão — afirma Maria da Graça, que integra a equipe de médicos com diferentes especialidades: anestesia, cardiologia, ginecologia e obstetrícia, e traumatologia.

"Faremos o melhor possível"

No grupo de enfermeiros, Gabriel Messerschmidt, 28 anos, conta que foi um dos primeiros a se candidatar a uma vaga. Segundo ele, a expectativa é enorme.
— Eu refletia há tempo sobre fazer algo do tipo e não desperdicei a oportunidade. Acompanhei pela imprensa e amigos que já estão lá disseram que a situação está bastante difícil. Não sabemos o que vamos encontrar, mas faremos o melhor possível — garante.
Na hora de apontar os motivos que o levaram a participar da missão, o enfermeiro do bloco cirúrgico destaca que "a experiência e a solidariedade" falaram mais alto.
"Estamos preparados para tudo"
A mais nova da equipe, a enfermeira Sue Helen Barreto Marques, 25 anos, destaca a importância do aprendizado para a formação profissional.
— Será uma possibilidade muito importante de fazer algo diferente e auxiliar essas pessoas que já passaram por muitas lutas e estão precisando mesmo. A gente lida com muita tragédia aqui e levar um pouco do que aprendemos para fora será muito bom. Estamos preparados para tudo — diz ela, que carrega na bagagem fotos do namorado:
— Trabalhar bastante vai ajudar a enfrentar a saudade e o tempo passará mais rápido.



A equipe

Médicos

Lucia Helena de Albuquerque e Souza (gineco-obstetra)
Luiz Mário Bretanha de Moraes (cardiologista/internista)
Márcio Carlos Seelig (traumatologista)
Maria da Graça Falkembach (anestesista)

Enfermeiros

Cleber Verona
Eloisa Nonnenmacher
Fátima Ali
Gabriel Messerschimidt
Thiago Cunha dos Santos
Sue Helen Barreto Marques