sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

HAITI

Genebra, 29 jan (EFE).- Os hospitais no Haiti estão com falta de produtos essenciais, inclusive morfina e analgésicos, para as dezenas de pessoas que diariamente precisam fazer amputações, assim como para os feridos por causa do recente terremoto, disse à Agência Efe uma porta-voz da ONU.
A porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU, Elizabeth Byrs, revelou que as 18 instalações hospitalares que funcionam em Porto Príncipe realizam entre 40 e 50 amputações diárias, sem que os pacientes recebam nenhum remédio para aliviar a dor após o efeito da anestesia.
Além disso, indicou que não há problemas de segurança graves em Porto Príncipe, mas incidentes menores isolados, sobretudo quando uma grande multidão se amontoa ao redor de um ponto de distribuição de alimentos.
Uma das tarefas principais das forças da ONU, dos Estados Unidos e da Polícia haitiana é justamente a proteção dos comboios durante seu percurso e durante a distribuição da ajuda.
No entanto, reconheceu que um dos maiores temores das agências humanitárias é a "reconstituição dos grupos criminosos" que ficaram desarticuladas em consequência do terremoto.
Diversos indícios indicam que esses grupos "realizam uma nova divisão do poder", do qual participam parte dos criminosos que sobreviveram e escaparam das prisões que desabaram no Haiti.
Enquanto isso, mais de duas semanas após o terremoto, apenas 67% da população atingida e que perdeu tudo no desastre recebe comida das organizações de ajuda.
A ONU distribuiu ontem 458 mil refeições e outras 70 mil foram oferecidas por outras entidades, frente a mais de 1 milhão de pessoas que estão nas ruas.
Enquanto isso, há outro problema de grandes proporções: a necessidade imediata de abrigar as vítimas em acampamentos que muito provavelmente não suportarão a temporada de chuvas e furacões que se aproxima.
"Temos que agir rápido e, atualmente, os responsáveis da ONU avaliam qual é a melhor solução, porque sabemos que não se pode instalar as pessoas em abrigos temporários", disse Byrs à Efe.
Sobre isso, o porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM), Jean-Philippe Chauzy, disse que, diante da urgência, planeja-se instalar acampamentos de até 10 mil ou 15 mil pessoas, com a ideia de levá-las depois a alojamentos mais sólidos.
"É preciso utilizar casas pré-fabricadas que suportem pelo menos um furacão", disse Byrs.
Outras opções estudadas são avaliar o estado dos edifícios que ficaram de pé para ver se as pessoas podem se instalar neles e apoiar a famílias cujas casas não se desabaram a receber mais uma família.
O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti ocorreu às 19h53 de Brasília do dia 12 de janeiro e teve epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe.
Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, sendo 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti.

ECONOMIA

Mantega descarta risco de inflação no país




O ministro da Fazenda Guido Mantega descartou nesta sexta-feira em Davos, na Suíça, que existam pressões inflacionárias no Brasil, como ocorre na China, e assegurou que o país está em processo de crescimento sustentável com controle fiscal e monetário.
"O Brasil está tendo um processo de crescimento sustentável, porque são mantidos os fundamentos, cuidamos muito da questão monetária e da questão fiscal", afirmou Mantega em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial.
"Não temos maiores preocupações" a respeito da inflação, disse o ministro, lembrando que a alta do índice de preços ao consumidor foi de 4,31% em 2009, e que a projeção para 2010 é de 4,5%.
A questão da inflação está se tornando um problema para outros grandes países emergentes, particularmente a China.
A economia chinesa vem crescendo a ritmo fenomenal (10,9% do PIB no quarto trimestre de 2009), mas o aumento dos preços imobiliários e dos títulos financeiros despertou temores inflacionários que já forçaram o governo a cortar o crédito bancário para frear o consumo excessivo.
No caso do Brasil, estima-se que a economia tenha registrado crescimento nulo em 2009, e que poderá crescer entre 5 e 6% este ano.
"Nós temos um crescimento equilibrado entre demanda e investimentos. Por isso chegamos à conclusão de que o crescimento é sustentável e que terá continuidade nos próximos anos", indicou Mantega, que participou nesta sexta-feira junto com outros membros da delegação brasileira de um almoço organizado para discutir perspectivas econômicas do Brasil.

ENEM 2009

Metade dos alunos não atingiu média no Enem


Quase metade dos 2,6 milhões de alunos que prestaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2009 teve notas inferiores aos 500 pontos estabelecidos como média pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável pela prova, em todas as quatro áreas avaliadas. Em matemática, a prova considerada mais difícil, 57,7% dos candidatos ficaram abaixo da média.
A escala apresentada ontem pelo Inep atribuiu ao resultado obtido pelos estudantes que ficaram no meio, nem tão ruins nem tão bons, a nota 500 - no caso, foram usados apenas daqueles que concluíram o ensino médio em 2009. Quanto mais além de 500 melhor a situação do aluno. Acima de 800 pontos, informou o presidente do Inep, José Soares Neto, apenas uma minoria. Da mesma forma, quanto mais baixo pior.
A análise de quantos alunos ficaram em cada uma das faixas de pontos mostra que boa parte não conseguiu nem mesmo alcançar essa média. Na prova de linguagens, que inclui português, 47% dos estudantes ficaram com menos de 500 pontos e 1,3% ficou abaixo de 300, o que significa que praticamente zeraram o exame, cuja nota mais baixa foi 224,3 pontos, a menor entre as quatro avaliadas. Em ciências humanas, nenhum aluno teve resultados inferiores a 300 pontos, mas apenas 0,1% conseguiu passar dos 700.
A metade ficou abaixo dos 500 pontos. Em ciências da natureza, 48,7% não alcançaram a média e apenas 0,2% passou dos 700 pontos. Nessa área, no entanto, 0,8% dos candidatos não alcançaram os 300 pontos. A nota mais baixa foi 263,3. Matemática teve a nota mais alta entre as áreas, 985,1 pontos. No entanto, esse resultado foi obtido por apenas um estudante. Só 0,3 % passou dos 800 pontos. No ano passado, 2,6 milhões de jovens fizeram a prova. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CANDIDATA A PRESIDÊNCIA DO PV FALA SOBRE NOVA FERRAMENTA DE PROPAGANDA ELEITORAL

A senadora Marina Silva (PT-AC), pré-candidata à Presidência da República, ressaltou nesta sexta-feira a importância do uso da internet na campanha eleitoral. Durante visita a Campus Party Brasil, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, Marina disse que a web é uma ferramenta para quem tem coerência política.

"A internet pode ser uma ferramenta importante na eleição para aqueles que têm mensagem e coerência política. A tendência é as pessoas, voluntariamente, se ligarem a projetos que não sejam de poder pelo poder", afirmou a senadora, ao ressaltar que os políticos não sabem usar a internet.
Marina chegou à feira por volta das 15h para assistir a uma aula de inclusão digital para cerca de 70 crianças carentes. Durante cerca de 20 minutos, a senadora aprendeu a usar o aplicativo Google Maps. Após a aula, recebeu um diploma pela participação.
Além de Marina, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência, também participa da Campus Party. Não está previsto que Dilma e Marina se encontrem na feira.